sábado, 2 de março de 2013

Intangível (Comunhão)




Eu queria poder te fazer
Todas as declarações
de amor
do mundo
Sem que isso jamais
soasse exagero
da minha parte

E escrever
Todas as cartas
de amor
Sem jamais parecer
Ridícula

Te dedicar
poemas
pelo resto da vida...

E te acordar
no melhor do sono
só porque sinto
aflição e desespero
toda vez que te observo
por mais de três minutos
e vejo
Que tudo o que sou capaz
de sentir
É imensamente
te querer

Eu queria sempre te amar
e te fazer arder
te amar
e te fazer arder
Numa oscilação constante
Como um pêndulo secular

E nessa comunhão
de espírito
e sopro de vida
Independente
da guerra
ou da paz
Continuar sentindo
essa atração
irresistível
Que me faz correr
pros seus braços
toda vez que paro
e fico
frente a frente
com você

É reconfortante saber
que esse te querer
Cada dia mais
e sempre
e tanto
e tão perto
Está diretamente ligado
à suas palavras
Proferidas num sonho
intangível
Em que você
Sentenciava:
__ Eu sinto, claramente, que isso só tende a
Aumentar.

Sem nunca se perder
ou se quebrar
ou se apagar
ou separar.
Sem parar...

(Pintura: Andre Kohn - Pour la vie)

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