Eles se
amaram na rede.
Não a de
espreguiçar nem a de pescar.
Se amaram
com palavras...
Se doparam e
se possuíram...
Se
amalgamaram...
Ele dizia na
sua euforia:
‘tá gostoso,
branquinha? tá? então me fala que tá gostoso...’
Ela se
sentia confusa por amá-lo tanto não amando...
Ele tinha a
paz da inconsciência
Mas se
amaram... loucamente...
Ela fazia
exigências
Ele só
queria protegê-la...
Não podia amá-la
Não podia
deixá-la
Não podia
deixar de amá-la...
Recitou Buarque:
‘Branca,
branca, branca, eu dizia, bela, bela, bela, era pobre o meu vocabulário.’
Depois de muito amor, recitou
Ela ia pedir perdão caso o amasse...
Ele era terno
Ela meiga demais para não se apaixonar
Eram tempos difíceis para o amor
Mas eles se amaram...
E na volúpia desse amor
se selaram...
Ela o chamava de pretinho
Ele não resistiu a sua brancura
de manhã raiada
de manhã raiada
Aos seus cabelos longos
castanhos
castanhos
Seus olhos amorosos
suplicantes...
penetrantes...
suplicantes...
penetrantes...
Se amaram...
e nada mais podiam fazer...
Se não se amarem mais...
E mais...
Pintura: Steinbach
Nenhum comentário:
Postar um comentário